07 julho 2014

SEU ANIMALZINHO SUMIU? E AGORA?? - texto da "superprotetora" dos animais Flávia Nogueira Lagemann



           A maioria dos proprietários de animais de estimação, principalmente cães e gatos, vive verdadeiros dias de inferno ao se deparar com a situação inesperada de se ver privada da companhia do seu bichinho, seja por furto, fuga ou simples descuido.
            Não é de hoje que alertamos, principalmente nas páginas do facebook a que temos acesso, sobre a necessidade e utilidade das plaquinhas de identificação dos animais, onde conste o nome do bichinho e um telefone do proprietário. Essas plaquinhas já abreviaram o sofrimento de muitos proprietários, pois facilitam muito a localização do animal no caso de sumiço. Normalmente, ao conseguirem chegar perto do animalzinho “perdido”, as pessoas prontamente ligam para os telefones indicados nas plaquinhas e devolvem os bichinhos.
Além disso, já existem no mercado coleiras com GPS integrado, de forma que os proprietários descobrem, em tempo real, a localização exata do bichinho.


            No entanto, a utilização da identificação dos animais infelizmente ainda não é regra, de forma que quando os animaizinhos somem os proprietários experimentam dias de extrema angústia, precisando percorrer um verdadeiro calvário até a feliz notícia de que os filhos peludos foram encontrados, quando essa boa notícia pode ser dada.
            Por maiores cuidados que se tenha, ninguém está livre de, um dia, passar pela situação de sumiço do seu animal. Com essas breves dicas é possível minorar mais ainda esse risco e, mesmo se ele ocorrer, tomar as atitudes corretas na busca pelo bichinho.
            Em primeiro lugar incentivamos a castração, por ser uma medida de extrema importância não só por questões comprovadas de saúde e maior qualidade de vida e longevidade dos animais, mas como importante medida contra o abandono crescente e contra os criadores clandestinos. Se um animalzinho de raça desaparece e ele não é castrado, infelizmente a chance de ele ser encontrado e servir como “reprodutor clandestino” existe, para desespero dos donos “desavisados”. E se ele for “vira-latinha”, “SRD”, a chance de procriar pelas ruas e aumentar o número de animais abandonados é enorme. Dessa forma, por milhares de motivos, sempre dizemos: Castre seu animal!!


            Também orientamos a, mesmo se seu animalzinho estiver acostumado, não andar com ele por ruas, avenidas e parques sem coleira e guia. Vários animais já foram perdidos no Parque da Redenção, por exemplo, em finais de semana de aparente diversão até que o bichinho some da vista do dono e não é mais encontrado. Mesmo que o animal seja “educado” a andar ao lado do dono, ele não está livre de sofrer ataque de outro animal e sair correndo, de forma que seus donos não conseguem mais alcançá-lo. E assim desaparecem!
            Procure cercar bem seus pátios, para que o animal não tenha acesso à via pública (a não ser nas horas de diversão e passeios, e devidamente acompanhados). Muitos animais se assustam com foguetes, fogos, e assim saem correndo desesperados pelas ruas. Além do mais, animais machos não castrados tendem a seguir eventuais fêmeas que passem pelo local, desaparecendo facilmente da vista dos seus donos. Para os gatos, principalmente de apartamentos, a orientação imprescindível é cercar todas as janelas de acesso às ruas.


        Se for viajar e precisar deixar seu animalzinho em algum local, certifique-se, entre outros, sobre as condições de segurança do lugar. Ás vezes é preferível deixar seu animalzinho hospedado em alguma clínica ou sítio, com pessoal capacitado e treinado para cuidar dos animais, do que deixá-lo aos cuidados de algum amigo ou parente que não tenha experiência. Infelizmente temos vários casos de animais que foram deixados com parentes e, no primeiro descuido, sumiram, não por maldade da pessoa, mas simplesmente por inexperiência mesmo.
           Mas, independentemente do motivo do sumiço, algumas atitudes são importantíssimas, e devem ser tomadas já nas primeiras 24 horas, aumentando, assim, as chances de localizá-lo próximo ao local de onde sumiu. Sabemos que animais perdidos caminham muito, andam rápido, correm, e às vezes são encontrados muito longe de onde desapareceram, por isso a ação rápida é muito eficaz.

1) Produza cartazes com fotos do bichinho, informações do local de onde sumiu e telefone de contato, e comece espalhando pela vizinhança. Quem puder deve também bater de porta em porta, pois às vezes alguém pode ter visto o bichinho pelas ruas e tem condições de informar onde ele foi visto.
2) Se possível, também informem as rádios, jornais e emissoras de televisão, pois o alcance se torna maior ainda.
3) Divulguem o caso nas páginas específicas da internet e em grupos e comunidades do facebook destinadas ao auxílio animal.
Sou uma das administradoras de uma das maiores páginas de informação animal de Porto Alegre e sei que, muitas vezes, informar de “qualquer jeito” equivale a “não informar nada”. Por isso, nesse aspecto em específico irei me deter de forma mais pormenorizada, orientando sobre a forma mais rápida e eficaz de fazer as notificações de animais “achados e perdidos”, permitindo que as postagens sejam compartilhadas com o maior número possível de pessoas, páginas e grupos e, assim, aumente muito as chances de reencontro entre animais e proprietários.
            Para que um animal seja reconhecido são necessárias informações básicas nessas postagens. Para tanto é imprescindível o envio de fotos e a descrição do animal, dizendo se ele usava coleira, se tem alguma característica física diferenciada, o sexo do bichinho, se era castrado e, principalmente, um telefone de contato. Muitas pessoas tem boa vontade e divulgam nas páginas do facebook os casos de desaparecimento ou localização, mas não informam telefone de contato. A ausência de telefone dificulta bastante a localização dos donos, pois só a indicação do perfil facebook de onde a informação foi dada não é suficiente, e informações valiosas se perdem. Portanto, a indicação do TELEFONE é de fundamental importância, além de agilizar o processo de localização, contato e reconhecimento entre animais e proprietários.
            Muitas pessoas, outros grupos e páginas costumam compartilhar os casos de procura pelos bichinhos, ou os casos de bichinhos encontrados pelas ruas. Se as informações estiverem claras o “cruzamento” de dados acaba sendo mais rápido. Por isso, ao informar o desaparecimento de um bichinho, ou que algum foi encontrado, procure dar informações completas e precisas.


            A rede de proteção animal tem crescido a olhos vistos, e é graças ao maior engajamento das pessoas que isso tem se tornado possível. Por isso é importante que as pessoas conheçam e curtam as páginas especializadas na ajuda animal, para que assim possam receber as informações de animais achados e perdidos.
            Muitas pessoas ficam com receio de dar informações completas sobre os seus bichinhos, ou publicar telefone de contato por receios diversos. Tem medo que as pessoas prestem informações falsas, exijam preço de resgate, ou coisas do tipo. Quanto a isso digo o seguinte: esse risco sempre existe, pois a maldade ainda é uma chaga da nossa sociedade. No entanto, particularmente penso que esse é um risco necessário, pois quem ama o seu bichinho e, como eu, trata-o como filho e membro da família, sabe que vale tudo na busca pelo reencontro. Respeito as opiniões contrárias, mas administrando a “Animais Perdidos em Porto Alegre” sabemos da efetividade das informações claras.
            E se encontrar um animalzinho perdido, vagando, doente, pelas ruas, não tenha medo, AJA!! Se não puder fazer o resgate e levá-lo para sua casa ou de algum conhecido e depois divulgar, pelo menos tente tirar fotos do bichinho e informar o local onde ele está, para que, publicando o caso, algum “anjo de pernas” se dirija ao local para salvar o “anjo de patas”. E, nunca é demais salientar: informe um telefone!! Alguém pode precisar de informações mais precisas, que só poderão ser dadas por quem presenciou o fato.
            Muitos casos de reencontros poderiam ser relatados, mas um deles representa a importância das informações claras: Fomos avisados certa manhã que um chow-chow estava vagando desde a madrugada numa das ruas do Bairro Jardim Botânico. Como moro relativamente perto, fui pessoalmente procurar o bichinho, tendo andado por quase duas horas atrás dele, sem notícias. Até então, não tínhamos recebido o “cruzamento” de informações, com os dados da pessoa que o estava procurando. Esse cruzamento só aconteceu mais tarde e só foi possível graças ao trabalho da equipe e aos compartilhamentos dos curtidores da página, de forma que, ao final da noite, conseguimos o telefone da pessoa que o estava procurando. Uma curtidora da página havia avistado o chow-chow na Avenida Protásio Alves, perto do Sesc, passada das 22 horas. Entramos em contato com a proprietária, e o seu filho foi correndo ao local, resgatar o integrante da família “fujão”.
Final feliz, graças às informações precisas, principalmente o número do telefone, que nos permitiu contato instantâneo com a proprietária, de forma que puderam localizar o cachorro antes que ele fosse mais longe ainda. Entendem a importância do telefone?
            Mas a maior ajuda ainda se dá através dos COMPARTILHAMENTOS de casos. Sempre dizemos na página: “Curtir é legal, mas é compartilhando que os animais voltam prá casa”. E essa é a maior verdade!! Se você compartilha os casos no seu perfil do facebook o maior “risco” que corres é alguém reconhecer o bichinho e poder ajudar. Afinal, não é isso que queremos? Para todas as pessoas que querem ajudar na causa animal e não sabem como, essa é a primeira atitude: curtir as páginas e compartilhar os casos! É assim que vidas são salvas, que animais voltam para casa!! Faça sua parte: Não é preciso ser protetor para ajudar na causa animal!


Flávia é advogada e colaboradora de diversos grupos da causa animal de Porto Alegre e região metropolitana, e uma das administradoras da página “Animais Perdidos em Porto Alegre”.
https://www.facebook.com/flavia.nogueiralagemann

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